A primeira reunião, realizada na manhã desta quarta-feira, 1º de novembro, contou com presença de duas das pastas mais sensíveis e caras à comunidade negra na Capital baiana
Em um mês repleto de significado, a CONNEGRO, entidade da sociedade civil voltada a promoção da igualdade racial, deu um passo decisivo na construção de parcerias significativas com o poder público ao iniciar uma série de encontros entre a entidade e gestores municipais e estaduais.
A primeira reunião, realizada na manhã desta quarta-feira, 1º de novembro, contou com presença de duas das pastas mais sensíveis e caras à comunidade negra na Capital baiana: as Secretarias da Reparação e de Políticas para Mulheres e Juventude.
Capitaneadas por duas referências da população negra, as secretárias Ivete Sacramento e Fernanda Lordelo, as secretarias abriram suas portas para receber a Diretoria da CONNEGRO, liderada pelo presidente Christiano Santos. A presença de Ivete Sacramento, primeira reitora negra do país, e de Fernanda Lordelo, advogada atuante na defesa dos direitos civis, deu um tom especial a esse encontro.
O presidente da CONNEGRO, Christiano Santos, destacou a importância de iniciar o Novembro Negro com a presença dessas mulheres de tamanha envergadura e história. “Começar nossa jornada na sede da SEMUR, ladeados por mulheres tão influentes, é mais do que se organizar. É se aquilombar!!!”, afirmou. Ele acrescentou: “Viemos beber da fonte de onde nasceram grandes conquistas do movimento negro na Bahia.”
Recebe-los, para além de uma satisfação, é atender uma determinação do prefeito Bruno Reis. “O prefeito orientou o seu secretariado, em especial da área social, a buscar um constante diálogo junto as organizações do terceiro setor”. Destaca a secretária Lordelo, que completa: “Sempre buscamos construir parcerias que ampliem os serviços, ações e iniciativas para nossa população”.
Ivete Sacramento, por sua vez, enfatizou a importância da organização das entidades e da necessidade de aprofundamento em letramento racial e no conhecimento das legislações sobre igualdade racial e intolerância religiosa, que formam a base legal para as políticas compensatórias, reparatórias e de valorização da população negra. “Precisamos ter entidades organizadas, articuladas e com profundo conhecimento sobre as legislações contidas nos Estatutos da Igualdade Racial em âmbito municipal, estadual e nacional”, disse Ivete Sacramento. “A organização, a articulação e o conhecimento são nossas armas para promover políticas antirracistas e combater o racismo estrutural e institucional.”
O encontro produtivo, esclarecedor e comprometido resultou em grande expectativa para futuras ações entre a entidade da sociedade civil e a gestão municipal.